(Às 17:22h)
“Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida,
e
alguns bons amigos bebendo de bem com a vida..”
Esta sim é uma viagem às profundezas, às entranhas do meu
ser. Não teve como não silenciar e viver o grande mistério que me cercou durante
estes longos – e tão curtos- nove meses. A maternidade é isso, uma viagem para
dentro de si mesma, em busca da mais primitiva e selvagem verdade feminina, ser
mulher e ser capaz de gerar, nutrir, amar, esperar e por fim parir.
Eu que nunca me imaginei vivendo isso, quis, programei,
sofri as expectativas do positivo/negativo junto com meu marido, este que me
mudou desde os primeiros dias juntos e me fez desejar viver este mistério. E
como tudo foi lindo, embora não tenha sido fácil, mas todos os desafio vividos
só me mostraram pra que eu vim ao mundo e do que sou capaz de suportar, pois me
descobri muito mais forte e corajosa do que imaginei ser.
A gravidez não só gera um ser dentro da gente, mas nos gera
outras mulheres, mais fortes, ferozes, instintivas e gigantes. E como se faz
necessário estes nove meses para que estas transformações se enraízem e ganhem
força. Cada ciclo vivido da gestação, cada exame, cada movimento do bebê dentro
da gente rega nossas raízes e nos transforma.
Hoje meu pequeno está com 20 dias e olhando pra ele, me vejo
outra mulher, capaz de matar um leão por dia pra proteger minha cria e minha
família.
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